Com
aumento da expectativa de vida para 76 anos, em média, de acordo com a tábua de
mortalidade referente a 2017, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, dia 29. Em 2016, a média era de 75,8
anos. Em 2015, essa mesma projeção de longevidade era de 75,5 anos, e em 2014,
de 75,2 anos. Essa tabela de expectativa de vida, que é divulgada sempre no fim
de cada ano, confirma que a população está vivendo mais.
Em
razão disto, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revisa todos os anos sua
tabela do fator previdenciário,
que serve como base para calcular o valor das aposentadorias por tempo de contribuição.
Assim,
se o trabalhador está vivendo mais, o Governo entende que o benefício inicial
recebido pelo trabalhador seja menor, uma vez que passará mais tempo recebendo o
benefício da Previdência Social.
A IDEIA
DO FATOR PREVIDENCIÁRIO
Desta forma, o governo
obriga o trabalhador a adiar a sua aposentadoria — mantendo-se na ativa e
contribuindo por mais tempo para o INSS —, e com isto aumentar o seu benefício
no futuro, já que com mais idade, ficará menos tempo recebendo do INSS. A ideia
do fator previdenciário é
exatamente essa: estimular o trabalhador a retardar o pedido de aposentadoria
para ter uma renda maior no futuro.
MULTIPLICADOR
DO FATOR PREVIDENCIÁRIO
O fator previdenciário é um multiplicador. Quando o
trabalhador é jovem (em regra, menos de 60 anos), o fator é menor que 1. Ao ser
multiplicado pela média das 80%
maiores contribuições, reduz o benefício. Quando a pessoa é mais velha,
o este fator fica maior do
que 1. Ao ser multiplicado pela média
dos recolhimentos, eleva o valor da benefício mensal.
ENTENDA
MELHOR
Se fizermos simulações, já com base na nova
tábua de mortalidade do IBGE e da nova tabela de fator previdenciário do INSS.
EXEMPLOS
Se uma mulher de 50 anos com 30 de contribuição solicitar
a aposentadoria ao INSS, ela acaba sendo penalizada
pelo fator previdenciário. Imagine que ela tenha contribuído sobre uma renda de
R$ 3 mil na ativa. Ao pedir o benefício ao INSS, por ser ainda jovem, ela teria
sua renda diminuída para R$ 1.727,94.
COM O
AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA
Com a mudança, a situação de uma pessoa nas
condições acima, ficaria ainda pior. Com a nova expectativa de vida apresentada, já que a projeção é viver por mais tempo, o benefício
inicial cairia mais: R$ 1.716,61.
Na prática, a redução seria de R$ 11,33 por mês (perda de 0,66%). Em outra
palavras, para elevar o valor — ou pelo menos receber o que ganharia antes —,
ela teria que trabalhar por mais dias.
Já para o trabalhador já passou dos 60 anos, a
situação fica um pouco melhor, com um fator
previdenciário positivo. Exemplo um homem de 65 anos de idade, que
ganha R$ 3 mil na ativa e já
tem 40 anos de contribuição ao INSS. Atualmente, caso ele solicite a
aposentadoria ao INSS, começaria ganhando R$
3.567,18 (maior do que a contribuição).
Apesar disto, com a mudança na expectativa de
vida, ele perderia alguns reais. A partir de agora, sua renda ficaria em R$ 3.529,03 — uma perda de R$ 38,15 por mês em relação ao
valor anterior (ou seja, -1,07%). Para ter o mesmo benefício previsto antes (R$
3.567,18), ele também teria que trabalhar por mais dias.
Em resumo, seria preciso
trabalhar por mais dias para ter o mesmo benefício.
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